Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Enlace


(Fotografia de António Sequeira)

No doce entardecer
de um mês de setembro
eu esperava sentada
numa pedrita solta
na curva do caminho...
De longe tu chegaste
e alheado de tudo
subiste uma ladeira
ai ao lado...
E não me viste!
Mas houve um dia
num entardecer de primavera
que reparaste em mim...
Tão longe e tão perto
à minha beira...
Disseste-me... então
que o amor era como o mar
crescia e mingava...
por efeitos do vento...
Eu sorri...
Riso de catavento...
Canto de cotovia...
Grito de rouxinol
a tentar desviar-se
das quenturas do sol...
Sorriste
e eu sorri
falaste
e eu falei
beijaste
e eu beijei...
Sofreste
e eu sofri.
Apaixonadamente
fiquei eternamente
entre o riso e choro
-recordação que adoro-
entrelaçada
em ti!

Maria Helena Amaro
Janeiro, 2014.




quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Dia de Parabéns


(Fotografia de António Sequeira)

Que a vida seja um campo de flores,
inundado de sonho, luz e sol,
sem mágoas, desgosto, desamores,
à sombra doce, de um fresco girassol.

Que a vida seja longa e promissora
e reserve para si todo o sabor...
Pois, quem tem uma alma encantadora,
merece todo o bem e todo o amor.

Neste dia de luz esfuziante,
embora esteja de um modo distante,
vou festejar consigo este momento.

Parabéns Fátima! Seu amor «emigrante»,
é... numa ilha trovador ambulante,
é girassol a suspirar ao vento!

Maria Helena Amaro
8/02/2014

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Luto


(Fotografia de António Sequeira)

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Fiquei parada a meio da viagem.
No cais da vida, na tua bagagem.
Nada ficou que preencha ou conforte.

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Fiz da tua partida uma miragem.
Ao desalento prestei a vassalagem.
Estrela morta sem roteiro, sem norte.

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
À doença chamei má sina, sorte.
Perdi o sonho, a crença e a coragem.

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Estás comigo em pintura, em recorte.
Alma com alma, em perene mensagem.

Maria Helena Amaro
26/01/2014 

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Para ti...


(Fotografia de António Sequeira)

Aos quinze anos
ninguém se mata por desgosto de amor
nem por não ter fatos para vestir
nem casa luxuosa
ou ricos pais...
Ninguém se mata
aos quinze anos
por achar que o mundo é tão estreito
tão amargo
tão egoísta e feito
de bolas de sabão
para meter no peito...
Aos quinze anos
talvez o Nelson escuteiro
não encontrasse o som
do carinho, do amor, da amizade
no grupo social
onde estava inserido.
Sofreu com amargura
calado e cabisbaixo
todos os movimentos negativos
que o deitaram abaixo...
Sem gemido.
Aos quinze anos
ninguém se mata por desgosto de amor...
Quando a luz se apaga
nessa idade de ternura e zelo
quem vai ser acusado?
É a a falta de apoio
de quem ama e não ama
que inventa a tragédia
e que desvenda a causa
com ultrajante véu...

Ninguém se mata na idade da fé...
Quem foi? Quem quis?
Quem lhe indicou o céu?

Maria Helena Amaro
14/01/2014


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Parabéns


(Fotografia de António Sequeira)

Parabéns pelo dia de hoje, querida Lola!
É um dia de ternura e alegria.
Para si vai um abraço que consola
e um sorriso que dure todo o dia.

Todo o dia? Que seja eternidade,
que não se perca nos anais da vida.
Quem é tão jovem nunca tem idade.
Vive de sonhos, ao amor dá lida.

Que a vida seja luz e sem atilhos
Saúde e Paz para educar os filhos
para viver de risos e de afetos.

Que eu e o Pedro possamos vê-la assim,
que a sua casa seja um bom jardim.
Em que as flores sejam os meus netos.

Maria Helena Amaro
15 de janeiro de 2014

domingo, 24 de setembro de 2017

A quem sofre - ou não sabe sofrer


(Fotografia de António Sequeira)

A dor faz de ti alma embotada,
indiferente como um balão vazio,
insensível ao calor e ao frio,
fogueira morta ou velinha apagada.

És pedra tosca rolando na estrada
num grito, num protesto ou desafio...
Água lodosa de estagnado rio,
barco parado em viscosa enseada.

Alma embotada não sabe o que quer
Astro celeste em corpo de mulher,
cato de espinhos em rota de deserto.

Alma embotada é um estranho ser.
Nada que vê ela deseja ter.
Apenas teme que a dor ande por perto.


Maria Helena Amaro
14/01/2014


sábado, 23 de setembro de 2017

Deus


(Fotografia de António Sequeira)

Roubem-me tudo: a graça, a luz, o sonho,
o ciciar da voz de uma criança,
auroras róseas de subtil esperança,
o meu gostar de ser rosto risonho. 

Roubem-me o riso dos sonhos que vivi,
miragens vivas da vida ornamentada,
repleta de canções na minha estrada
poemas de ternura que nas noites escrevi.

Roubem-me as telas, os pincéis, as molduras,
flores e frutos que pintei nas gravuras,
rostos e bustos que nunca foram meus.

Roubem-me tudo na velhice encontrada,
pausa, sossego, doença anunciada.
Roubem-me tudo, mas não me roubem Deus!

Maria Helena Amaro
9/01/2014

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Os dedos de meu pai


(Fotografia de António Sequeira)

Os dedos de meu pai pulavam na guitarra
como crianças correndo no jardim...
Vinham os trinados de encontro a mim
cotovias... rouxinóis... uma cigarra?

Os dedos de meu pai longos, delgados,
dançavam na guitarra com leveza...
Era harmonia... música... beleza...
Baladas... canções... duetos... fados.

Ficava muda ouvindo as guitarradas,
com elas vinham duendes, magos, fadas
e na noite, bailados de luar...

Os dedos de meu pai eram sereias,
cometas, estrelados, luas cheias,
que corriam sobre mim, para me encantar...

Maria Helena Amaro
8/01/2014

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Mensagem


(Fotografia de António Sequeira)

Este nosso poema é para ti,
nesta data de dor e despedida.
Contigo foi a luz da nossa vida, 
mas o teu amor,  ficou connosco, aqui.

Andam fotos espalhadas pela casa
Memórias de risos e ventura.
São imagens de sonho, de ternura.
Voos de paz, de proteção, de asa.

Vives connosco, estás à nossa beira.
Vivo e real como na vez primeira
sem doença, sem dor, sem um adeus.

Por ti amamos e por ti vivemos
este poema de amor que te oferecemos.
É para leres, em paz, aos pés de Deus.

Maria Helena Amaro
08/01/2014 

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Postal de Natal


(Fotografia de António Sequeira)

Se mais tivera,
mais te quisera dar...
Mas de tudo, quiçá,
eu tinha um quase nada...
Só tinha de meu,
uma velha caneta
e folhas de papel
para escrever poemas...
Eu não tinha «uma beleza
exuberante
nem a forma elegante de guitarra
com que tinhas sonhado
na tua juventude»... 
Ninguém pode dar, 
aquilo que não tem...
Mas tinha uma alma
singela, pura, confiante,
e, naquele natal,
foi isso que te dei...
que não dera a mais ninguém...

Postal de boas festas,
que guardo com amor,
no fundo da gaveta,
como se fosse um bem...

«Se mais tiveras,
mais me puderas dar...»
disseste-me algum dia...

Obrigada meu amor,
por me teres pertencido,
como um amor primeiro...
Neste Natal,
sem postais de Natal,
vou ler o meu postal com devoção...
Tenho-o aqui
escondido no mais fundo da gaveta
do meu velho cansado e
destruído coração.

Maria Helena Amaro
Natal, 2013

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Parabéns


(Fotografia de António Sequeira)

Parabéns, pelo dia de hoje, meu amor...
É um dia de ternura e de saudade.
Para ti vai uma prece, uma flor
e um sorriso que toque a Eternidade.

Não te venho falar da minha dor
que a tua ausência já não tem idade
Já não és meu. És todo do Senhor.
És entre os anjos mais uma santidade.

Estás comigo onde estou e onde for
Onde se fale de paz e de calor
Onde se escute a luz e a Verdade.

Parabéns pelo dia de hoje, meu amor
Quisera eu ter as asas de um condor
para chegar a ti... És só saudade!

Maria Helena Amaro
Novembro 2013. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Dia de anos


(Fotografia de António Sequeira)

Meu netinho Pedro António
tem beleza... tem encanto...
Umas vezes é «demónio...»
Outras vezes é «um santo!»

Tem alegria... tem tudo...
Tem gargalhadas... tem ais...
Deve apegar-se ao estudo
Pr'a não magoar os pais.

E... para não se sentir só...
Pegue este beijo da Avó.

Maria Helena Amaro
22/10/2013

domingo, 17 de setembro de 2017

Despedida - Curso 1998/2002


(Fotografia de António Sequeira)

Não trocaria por nada desta vida,
os anos que vivi entre crianças...
Trabalho, riso, desencanto, esperanças;
Entre «saberes» e «seres» tão repartida!

Chegou, então, a hora da partida...
Todos vamos embora e, ao recordar,
um ciclo acaba, outro vai começar.
É neste livro que fica a despedida.

Foste de todas a turma mais mexida,
a mais inquieta, a mais viva e divertida,
a que me deu mais trabalho a liderar...

Deixo-vos Amor sem peso e sem medida
Obrigada. É a palavra sentida.
Até sempre! Adeus! Ide voar!

Maria Helena Amaro
Dedicada ao Curso 1998-2002

sábado, 16 de setembro de 2017

Despedida - Curso 1994-1998


(Fotografia de António Sequeira)

Ides partir!
Não vos quero reter...
Lá fora espera a vida,
o sonho, a ilusão...
Que depressa
passaram
estes alegres anos
tão cheios de lembranças!
Foi bom viver convosco
Foi doce ser vossa professora!
Fostes para mim
uma estrada florida
cheiinha de crianças!

Agora
soltai as asas
pois já sabeis voar!
De mim
não precisais.
É todo vosso
o ar
o mar
o chão...
Os vossos nomes
os vossos rostos
ficarão
para sempre
gravados
a letras de ouro
neste meu coração!

Maria Helena Amaro
Dedicado aos alunos
Junho, 1998 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Despedida - Curso 1990-1994


(Fotografia de António Sequeira) 

Foi bonito de ver o Amor que vos dei
e a alegria sem par, que recebi de volta...
Barulho, confusão, sentimentos à solta,
assim vos conheci, e assim vos ensinei...

Aprendi convosco a rir, e me encontrei
com a vossa juventude inquieta e desenvolta
Fui menina pequena «sem mágoa e sem revolta»?
Por vós também sofri; por tudo que lutei...

Agora que vos ides (para onde não sei...)
levais asas de sonho pois convosco voei...
e de esperança verde, a alma toda envolta.

«Meus diabinhos sábios!? (Que tanto vos ralhei)
Voai na liberdade, cantai, falai, dizei,
estudai, trabalhai «sem mágoa e sem revolta».

Maria Helena Amaro
Dedicado ao Curso de 1994. 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Curso 1993


(Fotografia de António Sequeira)

Adeus, ó Escola querida!
Vou levar-te comigo para a vida!

Despedida:
Encontrei-vos no final da jornada
e convosco iniciei a caminhada
construindo o trabalho dia a dia...

Tempo de Dar, de Conhecer, de Rir...
E, agora, que vos vejo partir,
quero dizer «Adeus» com Alegria!

Maria Helena Amaro
Dedicado aos alunos do Curso de 1993.


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Poema de Curso


(Fotografia de António Sequeira)



Já somos uns doutores
Fazemos da vida sonhos, flores e hinos...
Carregamos às costas todos estes valores
e vamos invadir
a Escola Preparatória de Maximinos.

Helena - sou professora
E gosto bem de ensinar
Ligeira, sou no andar
Exigente a toda a hora
Não gosto de vos ralhar
Amores... Já ides embora?

Maria Helena Amaro
Junho, 1992
Dedicatória ao Curso 1988-1992
Escola de Maximinos.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Concurso de Quadras de S. João de Braga - CM 2013 – IX


(Fotografia de António Sequeira)

IX
Se queres ficar regalada
com sardinha, vinho e pão
Vem a Braga, na noitada,
festejar o S. João!
Maria Helena Amaro
11 de junho 2013
Concurso de Quadras de S. João de Braga - Jornal Correio do Minho, 2013




quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Concurso de Quadras de S. João de Braga - CM 2013 – VIII


(Fotografia de António Sequeira)

VIII

Rusgas, danças, tradição...
São de Braga os seus amores...
Fogo no ar, S. João,
e o Carro dos Pastores.

Maria Helena Amaro
10 de junho 2013
Concurso de Quadras de S. João de Braga - Jornal Correio do Minho, 2013

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Concurso de Quadras de S. João de Braga - CM 2013 – VII


(Fotografia de António Sequeira)

VII

Nos meus tempos de menina.
Quantos anos já lá vão?
Encontrei a minha sina
em Braga, no S. João.

Maria Helena Amaro
11 de junho 2013

Concurso de Quadras de S. João de Braga - Jornal Correio do Minho, 2013

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Concurso de Quadras de S. João de Braga - CM 2013 – VI


(Fotografia de António Sequeira) 

VI

Andam foguetes no ar
Andam rusgas pelo chão
Anda Braga a festejar
O «velhinho» S. João.

Maria Helena Amaro
junho 2013
Concurso de Quadras de S. João de Braga - Jornal Correio do Minho, 2013

domingo, 3 de setembro de 2017

Parabéns


(Fotografia de António Sequeira)

Que a vida pode ser um sorriso,
uma nuvem azul, uma flor...
Para ser feliz apenas é preciso
encontrar na vida um grande amor!

Enche de luz os caminhos da vida
Aspira forte o ar, o riso, o sol...
Vive feliz sem norma e sem medida,
à sombra terna de um grande girassol!

Maria Helena Amaro
8/02/2015

sábado, 2 de setembro de 2017

Concurso de Quadras de S. João de Braga - CM 2013 – V


(Fotografia de António Sequeira)

V

Vem a Braga, vem caminhar...
Canta e dança, vem irmão!
Vem ver a Braga velhinha
a festejar São João.

Maria Helena Amaro
10 de junho 2013
Concurso de Quadras de S. João de Braga - Jornal Correio do Minho, 2013