(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Naveguei por mar desconhecido
e vim ancorar a porto errado,
fui mendigo, eremita, escravizado
em estradas terras, sem sentido.
Fui soldado, emigrante, embarcadiço,
reinei em terra alheia, em terra minha,
voei no céu qual asa de andorinha,
vivi no mar as formas de feitiço.
Cheguei a velho e não conto a idade,
ano após ano retorno à mocidade
e vou de novo cometer desenganos...
Nem paz, nem nome, nem identidade
Onde vou eu perdido na cidade?
Só encontro tristezas, fome, danos!
Maria Helena Amaro
Julho, 2014.
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