Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

sábado, 30 de junho de 2012

Dor (VI)

(lustração de Maria Helena Amaro)



Chamo-te em voz alta
Toco-te no ombro
Repito a palavra feita para nós
como senha ciciada na dor.
Tento fugir,
mas a sombra tapa-me o caminho.
É a saudade que chama por mim
e se lhe fujo
acorrenta-me ao chão.
Talvez o meu amor
seja a semente
que vai morrer de frio
sem dar flor...
regada com a água dos meus olhos
em negra escuridão.

Maria Helena Amaro
Inédito, maio, 2010 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Reflexão V


(Fotografia de António Sequeira)

Se estás triste,
se tens a alma ferida,
não estás só!
Há na alma
cicatrizes mais ardentes que as estrelas,
dores mais numerosas
do que as gotas de água
de imensos oceanos...
Não estás só!
Há homens e mulheres
que têm na alma
abismos como o mar
horizontes de mágoas
e fulgores como o céu.
E quem sabe que existem?


Maria Helena Amaro
Inédito, 2010


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Esposende II


(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Não vale a pena Amor
não vale a pena
não vale a pena
voltar a Esposende
Nada possuo lá
nada me prende
a não ser esta dor
esta imensa pena.


O meu quartinho azul
a casa onde nasci
virou igreja de um deus
em que não creio
ai esta dor, esta dor no meu seio
ai a saudade da terra
onde vivi.

A casa de meus pais
que a sorte me tirou
em troca desta dor
que me esmaga
e me prende
Casa da minha infância
de mistério e duende
na voragem do tempo
tudo o tempo levou...

Ficou só em meus olhos
um punhado de mar
do mar que eu amei
do mar que eu temi
Ao lembrar Esposende
recordo-me de ti
dos teus olhos nos meus
em noites de luar.

Não vale a pena Amor
não vale a pena
não vale a pena voltar a Esposende
Se falo no passado
assim, ninguém me entende
e fico-me calada
Apática serena.

Não vale a pena Amor
não vale a pena
este tormento em mim
é passageiro
toda me envolvo como o nevoeiro
torna-me morta,
esquecida, pequena.

Passam os anos
são anos esquecidos
não vale a pena
voltar a Esposende
Já ninguém me conhece
nem atende
pertenço já ao vale dos recolhidos.

Não vale a pena Amor
não vale a pena...

Maria Helena Amaro
Inédito, maio 2004.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cansaço

(Fotografia de António Sequeira)


«Na mão de Deus
na sua mão direita
repousou enfim teu coração...»
Assim disse
o poeta, meu irmão
num jeito de cansaço e de oração...

Também teu coração
andou cansado
Também teu coração procurou poiso
coração dorido
enamorado
por veredas e rumos repartido...

Na mão de Deus procurou o
teu repouso...
na mão de Deus procurou
uma pousada...
Na mão de Deus procuro o
teu sentido
Na mão de Deus procurou
a paz negada...

Na mão de Deus
na hora que vier
meu coração então vai repousar...
Na mão de Deus
na sua mão direita
como um raio
como um sopro
como um grito
Na mão de Deus...
eu sei
eu acredito. 


Maria Helena Amaro
Inédito, abril, 2004

terça-feira, 26 de junho de 2012

Magistério


(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Na Avenida Central, se a memória não falha
num edifício altivo, sobranceiro
muito encostado à cangosta da palha
ficava a nossa Escola - Magistério.


Escola dos passeios, escola dos tormentos
das festas, dos trabalhos, dos trapos e sessões
escola dos cortejos e dos divertimentos
que encheu de saudade os nossos corações.


Havia a turma A, de meninas gentis
de muitas brincadeiras elas eram capazes
Havia a turma B, meninas senhoris,
tinham por sua conta onze rapazes.

No Curso havia ruivas, louras e morenas
De toco erguido e de trancinha ao lado,
Muito atinadas eram boas pequenas
com pensamentos e rabo de cavalo.

Não correr nos gerais... e não parar
Não conversar no átrio ... e nos recreios...
não abrir a janela e espreitar
ir a todas as festas e passeios...


Estar presente em tudo a qualquer hora
não discutir tarefa, nem momentos
O nosso curso tão vigiado, embora,
até deu namoros, casamentos...

Havia cargos e cargos divididos
era uma empresa bem organizada
Caixa escolar, com quotas e recibos
e a malta a pagar desesperada.

Era a Irene a Ção Rego, a Idalina
sempre metidas em tanta papelada
Era a D. Ilda e a Carmo, na cantina
entre tachos e panelas escalada.

Era a Candida Lima florista
a pôr flores nas salas e salões
Era a Farinho com as suas mãos de artista
a desenhar algarismos e cifrões.

Era a Helena Braga a dar ao pé
a chefiar as festas, receções
Pois cada festa era um grande banzé
comes e bebes e muito foliões.

Era o intercâmbio... as cartas recebidas
idas e vindas, eram bem censuradas,
não fosse às vezes tornar-se repetidas
e transformar-se em mensagens amadas.

Era a Biblioteca... lembro agora...
Só tinha livros que não faziam falta
E o Sr. Moreira, com calma sofredora
a pedir silêncio e a calar a malta.

Era o Sr. Pontes em dias semanais
a resmungar com todos por tudo e por nada
naquelas aulas de trabalhos manuais
em que nem se aprendia nem se fazia nada...

Eram as tardes de torreira nas Anexas
a vigiar alunos comportados
O sobe e desce nas escadas complexas
até ficarmos doentes e cansados.

Era a caravana, castigo aterrador
eram os pontos terríveis ameaças
Eram as aulas sem preço e sem valor
e todos nós a inventar trapaças.

Era a Nídia alegre e prazenteira
a estender com um grito o seu Ao Largo
e nós sem dinheiro na carteira
a dizer-lhe com um gesto: hoje não pago!

Havia a «Escola Remoçada» faroleira
Jornal da caserna quinzenal
Fernando Soares e Lopes de Oliveira,
Gil Duarte, Carmo e Laura Vale.

Maria Helena Amaro
Inédito, maio 2004



   

 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pausa VI


(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Sempre tomei a pior opção
Como se no mar me quisesse afogar
numa maré de dor e maldição...


Sempre disse este meu sim à dor
e sempre me submergi de mágoa
como a vida fosse toda praga
como nunca o sol fosse fulgor...

Sempre chorei estas dores do passado
sempre sorri a quem me queria ferir
sempre estendi os braços à traição

Agora, sabe-me a vida a areia salgada
se a maré vier, mais afrontada,
estendo-me no chão e deixo-me morrer...

Maria Helena Amaro
Inédito, julho, 2004

domingo, 24 de junho de 2012

Dia de S. João Concurso Quadras 2004 / 2008

(Fotografia de António Sequeira)



S. João santo fogueiro
do Porto pai e padrinho...
Liva o teu povo tripeiro
da praga do martelinho...

Maria Helena Amaro
Concurso de Quadras de S. João, maio, 2008

Nasceu na queima das fitas
o martelo toleirão
agora vem dar nas vistas
nas festas de S. João.

Lá vou eu de braço dado
com o mu par, pois então...
Todos têm namorado
na noite de S. João...


S. João batizou Cristo
junto do rio Jordão...
Da festa ficou registo:
A Festa de S. João! 

Maria Helena Amaro
Concurso de Quadras de S. João, maio, 2004

sábado, 23 de junho de 2012

Quadras de S. João III 2008 / 2004

(Fotografia de António Sequeira)

S. João santo atrevido
entusiasta e tripeiro
arranja-me um bom marido,
rico, nobre, pagodeiro

Com um martelo na mão
vou partir muita cabeça...
e partir meu coração
com um amor que apareça.

Vai o S. João na rua
leva alho - porro e balão...
Esta noite serei tua
amor do meu coração...


Maria Helena Amaro
Concurso de Quadras de S. João, maio, 2008


No Douro vai um rabelo...
O Porto é festa de luz...
Se levo com um martelo
Vai-se a alegria - Ai Jesus!

Maria Helena Amaro
Concurso de Quadras de S. João, maio, 2004



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quadras de S. João II 2004 / 2008

(Fotografia de António Sequeira)

Vou visitar a cascata...
Vou sentir a orvalhada
S. João é que me mata
a dançar nesta noitada.

Do Bonfim às Fontainhas
Lá vou nas marchas do Porto
Como «febras» e sardinhas.
S. João: és tão maroto!

Na noite de S. João
há cravos...tantos... aos mil!
Mas o cravo mais pimpão
é o meu, porque é de Abril!

O rio parece prata
na noite de S. João
E o Porto é uma cascata
em forma de coração...

Noite fora, S. João
é alcachofra a florir
Com pares deitados no chão
a beijar e a sorrir...

Olha o cravo! Compro o cravo
e lá vou na confusão...
Se nos teus braços me encravo
Só me vale S. João!

Para festejar S. João
salto, pulo, danço, corro...
Levo alcachofras na mão
e bato com o alho - porro...
Maria Helena Amaro
Concurso de Quadras de S. João, maio, 2004 

Fui espreitar a cascata
com um cravo e um balão...
Entrei numa zaragata...
O Santo disse-me: Não!

Maria Helena Amaro  
Concurso de Quadras de S. João, maio, 2008 


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quadras de S. João I Concurso 2004

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Na noite de S. João
levo o cravo engalanado
Mas este meu coração
não encontra namorado.

Na noite cheia de luz
vou deitar os meus balões
vou dançar, mas ai Jesus!
Vou andar aos tropeções.

Levam cravos, manjericos
rosmaninho e erva santa...
Dançam pobres... dançam ricos
É S. João que lhes canta...

Haja festa! Viva o Porto!
Tantas vezes campeão!
Até ficar todo torto
vou festejar S. João!


Maria Helena Amaro
Quadras de S. João, maio, 2004




quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dedicatória IV

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Se a vida é viagem
para quê fazer dela
estafeta ou corrida?
Cá vou nas calmas:
nem corro, nem me canso.
Chego mais tarde
mas as metas alcanço.
Sonho e procuro nas estrelas,
no tempo,
e nelas me inebrio...
Muitas vezes o despertar é frio!
Mas, eu procuro e sei que vou
achar....
Quem vai então
me impedir
de sonhar?


Maria Helena Amaro
Inédito, abril, 1995


terça-feira, 19 de junho de 2012

Maré

(Fotografia de António Sequeira)

Meu Amor, andou perdido,
por outros mares, marés
Teve o fruto proibido
viveu-o bem escondido
lá no fundo das galés...
 
Encontrei o meu amor
num dia de tempestade
foi espanto, maldição
que partiu meu coração
sem pudor e sem piedade...
Veio de novo a meus braços
todo de negro vestido
mas a minha confiança
feita de luz e de esperança
é barco no mar rendido

Sem remos, rotas e vela
está a nossa caravela
no areal encalhada

Procuro a onda do mar
mas a onda que chegar
é sempre, sempre salgada.

Não somos mais quem já fomos
e se formos, não sabemos,
nunca mais rota acertada...

Procuro a onda do mar
mas se essa onda chegar
eu sei que será salgada.


Maria Helena Amaro
Inédito, maio, 2004 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Para ti

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Havia de cantar
a mais bela de todas as canções...
Havia de escrever
o mais estranho de todos os Poemas,
romance, narrativa,
balada, partitura...
Mas não consigo,
somente para ti
ficarão estes versos
ligeiros como o vento.

Se os quero, não rasgo...
Se os rasgo não leio...
Tal como tu
Já não tenho mais tempo
Já não teremos assim
o nosso tempo.
Mas estes versos,
ficarão na distância
a lembrar este Amor.

 Maria Helena Amaro
Inédito, janeiro, 2007

domingo, 17 de junho de 2012

Vida II

(Fotografia de António Sequeira)


Pendurei a minha alma numa estrela
e perdi-me de sonho
em certa madrugada...
Chamei de irmãs às nuvens
e fui atrás do vento
a rir e a cantar...


Pendurei a minha alma numa estrela
e busquei no espaço
um voo desejado
embriei-me no azul anil
fui ave, astro, nuvem, ocidente
fui grito de gaivota...

A estrela apagou-se...
O sonho foi embora...
As nuvens foram chuva
O vento tempestade...
Morri no voo
E nunca mais pendurei a alma
na nesga de uma estrela. 

Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro, 2005

sábado, 16 de junho de 2012

Outono III


(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Que fazer da minha vida, que fazer?
Que montanhas ainda tenho a escalar?
Que tesouros ainda posso descobrir?
Que quimeras poderei sonhar?
Que dores e males poderei sofrer?
Que bons sorrisos poderei sorrir?

No meu passado,  foi tudo tão breve!
Tão diferente, tão etéreo, tão estranho
que já não sei, quem sou e donde venho

Não tenho fé que me alente e me leve,
e se a tenho, eu não sei se a tenho,
pois já não sei quem sou e donde venho.

Perdi o meu pastor, perdi o meu rebanho.
Não sei se perco a vida, se a ganho...
Mas, se eu não tive vida... quem a teve?

Maria Helena Amaro
Inédito, outubro, 2004


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Caminheiro

(Fotografia de António Sequeira)


Não lhe perguntes donde vem
é caminheiro de muitos caminhos
de veredas sombrias
de encruzilhadas mortas.
Traz na mochila
horas amargas
rimas escritas em tendas de campanha
sob céus sem luzes ou estrelas:
Algum dia
irás contar-lhe as vigílias vividas
à espera que o sol nascesse
em manhãs promissoras
Vais dizer-lhe
que seguiste o Sol
o vento
a maresia
e colheste as flores
que lhes irás ofertar.


Maria Helena Amaro  
Inédito, maio, 2010

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mensagem III (...)

(Ilustração de Maria Helena Amaro)

Preciso de saber por onde vou
Preciso de um caminho apetecido
Preciso de saber se ainda sou
um pedaço de amor reconhecido

Preciso de saber...
Preciso de sorrir...
Preciso de viver....
E não quero mentir...

Anda o mundo todo aos turbilhões
sem paz e sem sentido...
Onde estão, então as ilusões
de amor e de consolo?...

Sou menina pequena
Tenho medo
quero colo...


Maria Helena Amaro
Inédito, setembro, 2005

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Contigo

(Fotografia de António Sequeira)

Contigo se enterraram
os sonhos
os ciúmes
os amores...


Comigo só ficaram
as saudades sem fim
do teu riso
do teu ser
das histórias bonitas
que falavam
de crianças
de fadas
de flores...



Maria Helena Amaro
Inédito, janeiro, 2011

terça-feira, 12 de junho de 2012

Memória II

(Ilustração de Maria Helena Amaro)

Perguntaste à memória
mas a memória já não responde
e se responde
já não é
o que era...

Baralha nomes, rostos e pessoas
esquece datas
e lembra
o que não queres...

Perguntaste à memória...

Maria Helena Amaro
Inédito, 10 de março, 2005

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Amor/Amor


(Fotografia de António Sequeira)


Há duas mulheres na tua vida
O mesmo nome a mesma condição
Uma é corpo, matéria, voz, razão
Outra é sonho, poema despedida.

Quiseste unir as duas numa só,
e com elas fizeste caminhadas
Cantos de loas, de risos, de baladas
ataste as duas no mesmo laço e nó

Agora que a vida se despede
a loucura que sonhaste não se mede
foi miragem sem cor e sem valor

Ficou contigo esse erro distante
Amar duas mulheres é sonho errante
Porque Amor, só por amor, é só Amor.

Maria Helena Amaro
Inédito, junho, 2006

domingo, 10 de junho de 2012

Busco


(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Procuro-me
e não me encontro.
e se me encontro
não quero
aceitar do meu encontro
o que parece sincero...

Ando à procura de mim
e perdi-me na estrada
sem rumo
lá vou assim
como o vento como o fumo
atrás de tudo
e de nada...

Sou como a pedra da rua
no solo, desencontrada...
não encontro
o meu buraco
e se o encontro
não quero
ser de novo emparedada...

Tenho asas e não voo
apenas sei
rastejar
e se ensaio um voo novo
não sou capaz
de voar...

Se estendo a minha mão:
não sei o que procurar...
Só sei
que o meu coração
está preso no batelão
onde se vai afogar...

Devagar... devagarinho
estendo o corpo no chão
talvez encontre o caminho
deitada no meu caixão.

Maria Helena Amaro
Inédito, maio, 2004

sábado, 9 de junho de 2012

Memória (Esposende, 1957)

(Fotografia de António Sequeira)


O vento, o vento soprava.
Mas que forte ventania...
Batia a porta, batia
e eu a porta agarrava...
Toda eu estremecia...

O vento, o vento soprava
quer de noite quer de dia...
e se a porta se abria
era o luar que entrava
todo o meu corpo tremia...

O vento, o vento soprava
e as flores do terraço,
abanavam, num abraço...
No chão o vento dançava
e eu apressava o passo

Na memória me ficou
aquela porta batendo
dia a dia a toda a hora...

O corpo me estremecendo
foi vendaval que passou
e não me levou embora...

Maria Helena Amaro
Inédito, outubro, 2004

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dedicatória - ao Pedro António

(Fotografia de António Sequeira)

Pedi a Deus um netinho
E Deus deu-me esta alegria
De rosto cor de luar
Risonho, sempre a palrar.
O meu sol de todo o dia...

Anda aqui, corre acolá
Não tem birras nem perrices
Tem maneiras de encantar
O Pedrinho faz tolices
No tapete a rebolar
Idiafa quer dançar
Ó avô, vai, vai tocar...

Se ele crescer deste jeito
E nos quiser encantar,
Que rapazinho vai dar
Um rapaz muito preceito...
E não quer ser enganado!
Irra... irra... deste lado
Reclama a sorrir...
A porta já sabe abrir!


Maria Helena Amaro
Inédito, outubro, 2002