(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Tão longa esta distância, neste outono de breu.
Tão grande a solidão sem ombro e sem amparo.
Desejo de ternura que já me sai tão caro
que vou perdendo aos poucos o tudo que era meu.
Recordo na distância todo sorriso teu.
Procuro com loucura, num jeito tão avaro,
o pouco que restou de um sonho lindo, raro,
que foi o nosso amor, que tão cedo morreu.
Lá vou a tropeçar de alma toda ao léu.
À tua procura: nenhum sinal do céu,
que me indique na terra um caminho claro.
Mas neste outono escuro como o breu
sou como a folha que a chuva desprendeu
e cai no chão que a recebe avaro.
Maria Helena Amaro
Braga, 3 de novembro de 2013
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