Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

domingo, 30 de setembro de 2012

Francisco - Dia de Aniversário 2008


(Fotografia de António Sequeira)
Menino
ladeiro
carinha de anjo
olhos de Sol
cabelo loiro
em caracol...
Quando ele passa
quando ele ri
é todo graça
salta e sorri...
O nosso amor
vai para ti
nestes versinhos
que hoje fiz...
Então menino
se faz favor
seja feliz!
Maria Helena Amaro
Dedicado ao neto Francisco em dia de aniversário
Inédito, 23 de fevereiro de 2008

sábado, 29 de setembro de 2012

80º Concurso - Quadras populares - JN 2008


(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Concurso de Quadras populares - Jornal de Notícias

I
Na noite de S. João
Queira o Santo que eu não caia.
E que não metas a mão
debaixo da minha saia.

II
Meu amor olha o balão
olha o balão, digo eu...
Na noite de S. João
ambos chegamos ao Céu!

III
Lá vou eu de manjerico
de alho-porro na mão...
Sem amor é que eu não fico
na noite de S. João

IV
Trago na alma desgraça
Pesamos no coração
Vou ver se isto me passa
na Festa de S. João!


V
Com minha saia rodada
vou dançar no S. João
Sou a tua namorada,
tu és minha perdição. 


VI
Nesta noite sou feliz
agarrado ao meu derriço
Que S. João já me diz:
"Nada tenho a ver com isso!»

VII
S. João das Fontainhas
Onde pulo, canto e corro,
perco sempre coisas muitas
e encontro o alho-porro! 




Maria Helena Amaro
4-5-2008

Concurso de Quadras populares - Jornal de Notícias - Porto.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Vida IV

(Fotografia de António Sequeira)

Em horas de ilusão
por atalhos diversos
perdi o meu coração
a compor os meus versos...

Fiz do Amor um sonho
e da vida canção,
um futuro risonho
com estrelas na mão...

Olho as mãos tão vazias
tão cheiinhas de nada
que recebo os meus dias
com a alma fechada.

Maria Helena Amaro
Inédito, abril de 2008. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dia de Anos - Tó 2008

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Há quarenta anos
deitado no teu berço,
entre rendas
olhava para ti
enternecida;
Pensava e exultava
pois a vida
me mandava
a mais inesperada
e a mais valiosa
para mim
das prendas...

Hoje,
recordo
que foste o laço que me
prendeu à vida,
para sempre,
sem nome e sem medida.


Maria Helena Amaro
Inédito, abril de 2008.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dia do Pai (2008)


(Fotografia de António Sequeira)
É um Amor
que não se escoa
não morre
não se vai...

Intenso como o mar
claro como o Sol
é o Amor de Pai

Para mim,
da vida, são os trilhos.
Amor de Pai
Amor dos filhos.

Maria Helena Amaro
Inédito, 19 de março de 2008. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dor VII

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


A dor já não me dói
é mágoa sem raízes.
O que me abrasa
e que corrói
são cicatrizes...

A morte não me assusta
nem me mata
A morte pode ser aleluia...
Apenas um suspiro
Apenas um esgar
e faz-se Dia!

Maria Helena Amaro
Inédito, março de 2008.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Louca

(Fotografia de António Sequeira)

Vais pela rua
descalça e nua
a clamar
o teu tormento...
Ninguém te ouve,
molha-te a chuva
seca-te o vento.

Vais pela rua
toda enfeitada
a clamar
uma ventura.
Ninguém te ouve.
Ouve-te a noite
toda negrura...

Louca te chamam
louca te querem
a clamar
a lenda tua
Ninguém te ouve
Ninguém te quer
Veste-te a lua...
porque é mulher.

Não vás
não saias
na noite morta
a clamar
o teu amor:
ninguém te ouve
ninguém te quer
ninguém procura
a tua porta.

Maria Helena Amaro
Inédito, janeiro 2008.
 

domingo, 23 de setembro de 2012

Pausa VII

 
(Ilustração de Maria Helena Amaro)
 
 
Sentada na mesa do café
olho a chuva que cai
miudinha e doce
sobre toda a cidade...
 
Braga é assim
quando chega o outono
fica chorosa
cheia de nostalgia
e de saudade...
Silenciosa
triste
velha e parada
cidade tão idosa
e tão cansada!
 
Quando passam a rir
os estudantes da Universidade
também eu sou
como a cidade
sem cor e sem idade...
Recordo o meu liceu
tanta ternura
tanto apego
tanta felicidade
 
Cidade velha
chuvosa e parada
tu és como a saudade
vais e vens
eterna e demorada...
 
 
Maria Helena Amaro
janeiro de 2008.
Publicada no jornal "Diário de Minho" em outubro de 2008. 

sábado, 22 de setembro de 2012

Marina

(Fotografia de António Sequeira)


Vou no mar
como uma caravela de quinhentos
contra o ar
a tempestade
os ventos.
Conto estrelas
e espreito marés.
Agarro limos sargaceiros
algas castanhas
envolvo-me nas ondas
com espuma a meus pés...

Vou no mar
no mar me deixo ir
e embalar
como se o horizonte fosse meu 
sem destino
ou rota marinheira
em direção ao céu...

Vou no mar
e esfalfada me estendo na areia
filha do vento
ou neta de sereia
sou marina-mulher
ou sou traineira...

Vou no mar
que esta terra já nada me diz
no mar
vou embarcar
e ser feliz!

Maria Helena Amaro
Esposende, agosto de 2008.
Publicado no jornal "Diário do Minho" em outubro de 2008.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Apelo II

(Ilustração de Maria Helena Amaro)

Não vás embora, Amor, não vás embora
Ainda é cedo, é só alvorecer.
Fica comigo não me deixes sofrer.
Fica comigo na mágoa desta hora!

Não vás embora, Amor, não vás embora!
Ainda há tanto, tanto p'ra viver!
Ainda é cedo... está longe o entardecer
Fica comigo na mágoa desta hora!



Maria Helena Amaro
Inédito, junho de 2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Convite

(Fotografia de António Sequeira)


Aceita a vida
sem medo
que o presente é certeza
e o provir segredo...

Enquanto houver
uma estrela no céu
um jardim com flores
uma onda no mar
um riso de criança
um pássaro a nascer
uma asa a voar
acredita
o porvir será teu
a vida não irá
suspender sua dança...
Fecha a porta à saudade
não ergas nos caminhos
um triste mausoléu!

Maria Helena Amaro
Inédito, janeiro de 2008.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Dia de Anos - Lola (2008)

(Ilustração de Maria Helena Amaro)



Canta na vida
uma canção de Esperança
que nos faça sorrir...
Vai pelo mundo
com olhos de criança
esperando o porvir!


Que fazer anos
é sinal que não cansa
quem vive juventude.
Vai pelo mundo
que o mundo te há de dar
Pão, Amor e Saúde.

Maria Helena Amaro
Inédito, 15/01/2008

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Imagem

(Fotografia de António Sequeira)

Um dia
picou os dedos
a costureira
e encheu de sangue o dedal prateado
e de lágrimas sentidas
o rosto prazenteiro
Ai se eu fosse alfaiate
iria beber
as lágrimas caídas
e ficaria para sempre
enfeitado
preso e abraçado
- é que o feitiço prende -
Doce costureirinha
de uma ruela estreita
da praia de Esposende.

Maria Helena Amaro
Inédito, janeiro de 2008

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Convite - Reunião de Curso 2008

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Naquele tempo
havia em nossas mãos
um pássaro de fogo
de asas de vento
e olhos de luar
que dançava
e cantava um hino à Juventude.

Era o tempo do sonho
do riso do amor
de graça e das canções
da força e da saúde.

Um dia
numa tarde
abrimos as mãos em liberdade
e o pássaro voou

Longe foi a viagem
tão perto a eternidade
foi tamanha a coragem
foi enorme a saudade

Vem
vamos pedir ao pássaro que regresse
em junho, dia sete
e possa vir cantar
asas de vento
e olhos de luar
a canção interrompida
um hino à amizade
Vem d'ai
antes que fuja a vida!

Maria Helena Amaro
janeiro, 2008
(Convite da Reunião de Curso do Magistério Primário)



domingo, 16 de setembro de 2012

Dia de Anos (Pedro António 2007)

(Fotografia de António Sequeira)


Um lago de alegria...
Um sopro de amizade...
Um monte de energia...
São 6 anos de idade!


Para ti meu Pedrinho...
Para ti que nos tens.
Vai o nosso beijinho
Parabéns! Parabéns!


Maria Helena Amaro
Inédito, 22/10/2007  

sábado, 15 de setembro de 2012

Recado IV

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Escrevi o teu nome na orla do mar
vieram as ondas teu nome apagar...
Escrevi o teu nome na luz do luar
vieram as estrelas teu nome apagar...
Escrevi o teu nome no rio a passar
vieram os barcos teu nome apagar...
Escrevi o teu nome nas nuvens do ar
vieram as chuvas teu nome apagar...
Escrevi o teu nome no sol a brilhar
vieram os ventos teu nome apagar...
Escrevi o teu nome na rosa a toucar
vieram abelhas teu nome apagar...
Escrevi o teu nome na terra a lavrar
vieram as aves teu nome apagar...
De tanto escrever
De tanto apagar
Ficou-me este ser
Ficou-me este amar!

Maria Helena Amaro
Inédito, 5 de junho de 2007. 
 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pedro António - Livro de Curso

(Fotografia de António Sequeira)


Este menino
que aqui sorri
é bem ladino
engana e ri.

Inteligente
muito sagaz
mostra contente
tudo o que faz.

Gosta de ver
as coleções
de dinossauros
e de aviões.

Gosta de histórias
é musical
guarda memórias
é social.

Falar aqui
de maroteira
não vale a pena.

Ficam só beijos
do avô Sequeira
e da avó Lena.


Maria Helena Amaro
Inédito, maio de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Amélia

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Amélia veio do mel
o mel veio da flor
a flor nasceu da terra
pela graça do Senhor.
O sol beijou a flor
cobriu-a toda de cor
assim nasceu a beleza
feita de Paz e de Amor.
Por isso Amélia de mel
é toda suavidade.
Para a Amélia sem idade
neste dia de fulgor
vai toda a minha amizade! 



Maria Helena Amaro
Inédito, 15/05/2007
(Dia de Anos - Dedicado à amiga Maria Amélia Farinho) 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Regresso III

(Fotografia de António Sequeira)


O sonho faz-me partir
a vida faz-me voltar
morro de Fé no porvir
assim perco o meu lugar

Que o Sonho é barco perdido
nalguma praia encalhado
vida que tenho vivido
sem futuro e sem passado.

Maria Helena Amaro
Inédito, abril de 2007

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pedro

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Apanha uma estrela
e faz tudo por ela...
Agarra um sonho
e põe-no na janela...

Que a vida é isto,
de tudo, um pouco mais.
Não desanimes,
que, sempre ao pé de ti,
irá um anjo a velar a teus passos,
a encher de riso a tua vida
e de luz os teus braços.

Maria Helena Amaro
Inédito, 14 de abril de 2007.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

(Fotografia de António Sequeira)


Anda, caminha, constrói a tua vida.
Não temas nunca algum entardecer
Para tudo há uma hora uma medida.
O que é preciso é saber escolher.


Ao pé de ti
para o mal
para o Bem
estarão sempre
teu pai e tua Mãe!

Maria Helena Amaro
Inédito, 20 de abril de 2007

domingo, 9 de setembro de 2012

Dia do Pai (2007)

 
(Ilustração de Maria Helena Amaro)
 
 
Dia do Pai é um dia de Amor,
Implora à vida toda a Luz,
Ama, recorda, saúda e acalenta...
 
de coração aberto à nossa voz,
ouve, aconselha, ata desata nós...
 
Pai é ser isto, muito, tudo, mais,
Amar e ser amado sem medida
Indiferente à Dor ou à tormenta.
 
Maria Helena Amaro
Inédito, 19 de março de 2007


sábado, 8 de setembro de 2012

Páscoa na aldeia

(Fotografia de António Sequeira)
Era o tempo das giestas floridas
do rosmaninho pisado nas ruelas,
das colchas ricas pendentes das janelas,
dos malmequeres, amores e margaridas.
Era o tempo das campinas em flor,
das canções, do riso e d`Alegria,
do campanário tocando Aleluia
e das saídas de Deus - Nosso Senhor.
Páscoa na aldeia em tempos de bonanças,
dos afilhados, de folares, de crianças,
das nossas almas e receber a Luz.
Entrava a Primavera em nossas casas,
entrava a Fé, o Bem ganhava asas,
como se os anjos nos trouxessem Jesus.
Maria Helena Amaro
Publicado no Jornal Kerigma, Ouvidoria do Nordeste, S. Miguel, Açores.
Abril de 2007


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

À Conceição Rego

(Fotografia de António Sequeira)


Vens visitar-me
na lembrança serena
da minha juventude
Éramos tão jovens
tão alegres
tão iguais
Para nós
o Sol era de fogo
a Lua era de luz
a estrada caminho
a fala uma canção
Corria o rio
como corre o vento
e nós lá íamos
correndo atrás do sonho
Vens visitar-me
na lembrança serena
da minha juventude.
Quando te foste
apenas ficou
na minha vida
o teu rosto
a tua voz
o teu andar.
Levou-te a morte
e eu fiquei
tão só
a recordar.

Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Naufrágio

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Abre a janela
vem espreitar
que a Barcabela
entra no mar...

Abre a janela
e vem cantar
que a Barcabela
voga no mar...

Abre a janela
e vem rezar
que a Barcabela
vira no mar...

Abre a janela
e vem gritar
que a Barcabela
morre no mar...

Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2007 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Registo I

(Fotografia de António Sequeira)


Todo o bem que fiz
virou maldade
hipocrisia
mentira
maldição...
Procuro
busco
um abrigo sincero
mas levo
o desespero
pela mão...
Com ele vou
com ele me encaminho
sabe-me a fel
a palavra perdão...
Sobra-me Deus
e se Ele não vier
irei viver
como este verme velho
a rastejar no chão.

Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2007

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Reflexão VI

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Isola-te
não contes a ninguém
a dor cruel
que te preenche o coração...


Ninguém deve saber
ninguém deve sonhar
ninguém deve dizer
ou proclamar
que estás só
e perdeste a razão...

Faz da solidão
a tua companhia
do silêncio a tua arma secreta
busca em Deus a paz
e a alegria
Procura a sua Mão
confia Nele
que nunca te Diz "Não"!

Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2007

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

D. Quixote


(Fotografia de António Sequeira)


Para ela tu foste um D. Quixote
a pelejar num doce firmamento,
cavaleiro sem nobreza, sem dote,
senhor de nuvens, moinhos de vento.

Para ti ela foi a Dulcineia
e se não foi... poderia ter sido...
uma miragem, um sonho, uma ideia
um devaneio sem graça e sem sentido.

Passaram anos. O Presente é velhice
O amor é eterno? Quem o disse?
A vida é quase tudo, é quase nada!

Onde morreu a tua garridice?
Onde ficaram teus sonhos de doidice?
Onde perdeste o astro e a espada?


Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2007

domingo, 2 de setembro de 2012

Minha Mãe II

(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Minha Mãe!... Minha Mãe!... Quanta beleza
Há nos teus olhos cheios de doçura
Quanta compreensão quando sinto tristeza!
Quanto alívio quando sinto amargura! 

Tu hoje brilhas mais do que uma estrela
Mais que um facho que ilumina meus passos
Tens mais valor que uma joia bela
Quando busco refúgio nos teus braços

Hoje queria dar-te tudo quanto tenho
Mas tudo o que vejo eu desdenho
E tudo que te dou me dás também

Joias em ti têm pouco valor
Por isso dou-te estes versos de amor
A minha prenda de anos, minha mãe!...

Maria Helena Amaro
Inédito, Esposende, 1952