(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Tudo vai, tudo passa, tudo esquece.
Morrem avós, tios, primos, pais.
Dizem adeus e não regressam mais.
A alma chora e o corpo estremece.
Veste-se a vida de saudade e prece.
As estações já são todas iguais.
Dias e noites são horas banais.
A morte lenta as suas teias tece.
Nasce uma esperança e outra já fenece.
Um sonho vinga, outro desaparece.
Em que novas estradas caminhais?
O pão de cada dia é a benesse
que Deus vos dá e a quem merece
um pouco de paz; porque a matais?
Maria Helena Amaro
Abril, 2014