Perdoa se fui má
Mas os sonhos mais belos que sonhei
Aos poucos vou perdendo
Hoje um outro amanhã em fuga louca
A minha alma é toda chaga aberta
E esta boca
Que Deus traçou em jeito de beijar
Contrai-se às vezes num rictus de tristeza
E põe-se a murmurar canções de dor…
Bateste à porta e eu abri…
E nunca mais fui só…
Mas custa tanto Amor
Sentir a Vida toda a saber a pó
E ter de caminhar
A rir e a cantar
Como se a jornada fosse breve
E as estrelas nunca se apagassem
Na rota que seguimos…
- Ó meu Amor e a dor que sentimos?
Perdoa se fui má
Dá-me a tua mão anda daí
Não me deixes morrer na tempestade…
Não quero ser peregrina
De caminhos perdidos…
Perdoa se fui má…
E dá-me a tua mão
Vamos viver felizes e unidos?
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
In, «Maria Mãe», 1973
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