Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Que sou eu? (A minha Mãe)




















(Ilustração de Maria Helena Amaro)

Perco-me aos poucos no encalço da vida
e a vida me foge sem cessar
Perco-me aos poucos  na morte/despedida
Não sei se vou morrer... se vou ficar...

Entre a Paz e a Guerra dividida
entre o riso e a dor tão maltratada,
que sou? Quem sou? Tanta medida!
Medi de dor que já nem sei de nada...

Se tenho pés é para tropeçar
nesse passado em que a traição nasceu
em que troquei a luz que reacendeu
em que pus velas ardendo num altar!

Agora... que sou? que vou dizer?
Se já ninguém ouve o lamento de breu
Se já ninguém me quer prá acalentar?
Se a vida é toda Inferno? Que sou eu?

Maria Helena Amaro
Abril, 1997

2 comentários:

  1. Poema extraordinário que transmite o carácter trágico da vida. Mas Cristo assumiu a tragédia humana. Por isso os nossos sofrimentos são assumidos na Sua Infinita Misericórdia. Desta forma se opera a nossa redenção!

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