Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Alma


(Fotografia de António Sequeira)

Alma cigana... Minha alma é cigana,
acorrentada sem lei e sem direito,
algemada na cela do meu peito,
suspira, grita, pragueja, reclama.

Ninguém quer, ninguém anseia, ninguém ama,
vai pela vida em marcha retardada,
livre e suspensa como água da levada,
em busca do sol que lhe dá chama.

Quem a vir passar não a detenha,
deixe correr quem a brisa desdenha,
deixem-na rude na sua caminhada.

Alma cigana não tem regra, nem senha,
leva na alma um braseiro de lenha,
incandescente como a luz da madrugada.

Maria Helena Amaro
Maio, 2014

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