Senhora dos Caminhos
De olhos de criança
De vestes de menina
Vinde comigo percorrer a Vida
Ignotas estradas
Que nunca palmilhei…
Senhora dos Caminhos
De mãos erguidas
De mãos abertas voltadas para o Céu
Num gesto de Ofertório…
Vinde comigo
E ensinai-me a Dar
Pois receio perder-me
Na cidade das almas sem Esperança
Onde há ruas sem Sol
E atalhos fechados à Alegria
Inundados de prantos…
Senhora dos Caminhos
Senhora Doce das Avé -Marias
Pintada a branco e roxo
Nos pequenos vitrais…
Vinde comigo
A percorrer caminhos
Que percorri jamais…
Assim
Convosco de mãos dadas
Irei sem recear.
E cruzarei de Vida
Insondáveis marés…
E,
Depois,
Quando chegar
A hora de partir,
Havemos de sorrir,
Sorrir, sem murmurar:
- Muitas Vidas ficaram por Viver!
- Muitos Sonhos ficaram por Sonhar!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973.
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