Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.
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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Meninos





















(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Meninos tristes
sujos
rotos
feios
Meninos negros de olhos de luar...
Meninos são
como o foram os Santos
os heróis
os guerreiros
os magos
os homens
que fundaram cidades
e ergueram nações...
Meninos são
como foram os soldados cinzentos
que morreram vermelhos
à sombra dos canhões!

Meninos belos
limpos
ricos
ledos
de olhos brancos e cabelos de luz
Meninos são
como o foram os anjos
que cantaram louvores
ao Menino Jesus!

Passaram meninos na rua dois a dois
de mãozitas traçadas
de olhos suspensos nas estrelas
de pés descalços nas pedras luzidias
das vielas sem sol...
Passam meninos de fundilhos nas calças
de camisetas rotas
de calções já sem alças...

Meninos ricos!
Meninos pobres!
Meninos enjeitados!

Quem me dera vê-los toda a vida
de olhos estrelados!


Maria Helena Amaro
março, 1960

domingo, 5 de maio de 2013

Meninos de Coro



(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Meninos de Coro
Meninos de Coro ides crescer
e depois já não quereis
as estrelas do Céu...

Deixai-vos ser assim sempre meninos
asas postas à luz como cardos em flor
Olhos vivos de cor
Mãos levantadas
esguias e pequenas
como cachos em flor...

Meninos de coro
as vossas mãos sujas ou morenas?
Não há mais riqueza
Nem ventura maior
que as vossas asas sempre postas à luz
que os vossos olhos suspensos das estrelas
que os vossas mãos esguias e pequenas
Como cachos em flor!

Maria Helena Amaro
Concurso Pedro Homem de Melo, 1967

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Meninos Tontos


Meninos tontos
Estes meninos que sabem soletrar…
- Ãe de Mãe; ão de cão; im de Quim…
(Não é assim. Meu Deus, não é assim…)
Estai com atenção!
- Minha senhora: os lírios do jardim
Estão calcados…
- Que interessa isso agora?  Vá, calados!
Ora, vamos juntar as malazinhas.
- Minha senhora: eu ontem vi a Quinhas…
Meninos tontos
Que lhes hei de fazer?
Deixai que sonhem… que riam… que se zanguem
Com as estrelas que sonham nos espaços…
É limitada a sala
Para conter um dia, assim, de Sol
A seiva nova metida em tantos braços…

Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973.