Quebraram-se os cristais…
Fecharam-se as janelas…
E os Mendigos da Fé
Ficaram à porta da rua
A espreitar o Céu…
- Ai a tarde sem Sol parece Noite!
Na calçada da rua
Passa o cortejo dos ideais falhados…
E o riso das crianças
Já não fazem sonhar…
Silêncio.
Dor.
Anseio infindo de perfurar espaços
E Agonia surda de sentir os braços
Demasiado curtos…
Andam desejos de Deus em cada olhar…
Sonhos são brados…
E na multidão
As almas sem Esperança
Dobram-se todas
E gritam:
- Ninguém O viu passar!
- Ninguém O viu passar!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
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