Se ouvires a voz do vento
chorar entre os pinhais
e o grito das gaivotas
suspensas sobre o mar
não pares no caminho,
não queiras escutar,
que o vento e as gaivotas,
só chamam temporais.
Se ouvires a voz do vento,
cantar entre os trigais,
à hora em que o sol
é rubro diadema,
sou eu que te procuro
e não encontro mais
e faço dessa busca
uma razão suprema…
Se ouvires a voz do vento,
saltar sobre os beirais
e a chuva miudinha
cair sobre o telhado,
recorda-te de mim
que já não sou miragem
que as asas perdi
numa longa viagem.
Cansada de sonhar
regressei ao passado…
Se ouvires a voz do vento…
dançar sobre o telhado…
Inédito, Maria Helena Amaro
Braga, fevereiro, 2006
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