Há portas zincadas pintadas de branco
Nas casas cinzentas na rua sem sol
Meninos que correm… meninos que saltam…
Telhados vermelhos no céu todo luz…
E na rua sem sol de casas cinzentas
Há portas zincadas pintadas de branco.
A vida não para. A vida é comboio
De corda barata
Pintada de azul…
Tem portas fechadas de branco pintadas
Tem rodas de fogo
Tem silvos de dor…
Meninos que brincam na rua sem sol
Não batam às portas
Das casas cinzentas
De portas zincadas
Pintadas de branco…
Que a vida não para
Que a vida é comboio
De corda barata
Pintada de azul…
Quem toma lugar no monstro que corre
Só para na rua
Do riso que é dor…
Meninos que brincam na rua sem sol
Não batam às portas das casas cinzentas
Viradas ao sul… viradas ao norte…
Que a vida é comboio
Que a vida não para…
Que a vida é comboio
Da linha da morte!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
In, «Maria Mãe», 1973
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