Ai esta sede amarga de chorar
Ou desfazer-me em gargalhadas cruas...
Este sentir
De não mais atingir
Ardentes sóis
Ou transparentes luas...
Este pedir pousadas
E mendigar auroras
Pelas ruas desertas
Jamais iluminadas
Este sorrir sem Fé e sem Ventura
Esta fome imensa de me dar...
Esta imensa amargura...
Ai este Sol sem poente dourado...
Ai esta sensação de ser na vida
Um pedaço de barco naufragado
Sem nome e sem medida...
Ai este Nada
Faz-me sentir perdida!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
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