(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Lavei no mar o meu batel de sonho,
com remos de oiro e velas de luar,
mas o vento da vida foi medonho
e tantas vezes eu o vi naufragar.
Das sereias ouvi o seu cantar
queimei o rosto à luz seca do sol
nas noites quentes deixei-me mergulhar
nas ondas frias à sombra do farol
Já não sou mais a que amava o mar
a que lançava nas ondas alterosas
o seu batel de velas de luar
Morreram as sereias de encantar
já não me enjeito com algas cetinosas
Pego a maré e deixo-me enrolar.
Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2009
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