Lá vou de alma descalça
Por essas ruas sós
A contar horas mortas...
Sou o mendigo do violino brancoDe arco torcido
De cordas quebradas...
Compus uma canção
Feita de céus e lagos transparentes...
- Quem vai ouvir esta canção de noite?
Lá vou de alma descalça
Por ruas sem esquinas
Por praças sem pregões...
Canto cantigas de fazer sonhar...
Sou o mendigo do violino branco
De arco torcido
De cordas quebradas...
Trancam-se portas; fecham-se janelas...
E a minha canção
Feita de céus e lagos transparentes
Transformou-se na noiteNuma canção inútil !...
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
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