Doce menina dos olhos transparentes
Singelos, virginais
Como rendas de berço...
De lábios puros a murmurar canções,
De mãos unidas
Cruzadas sobre o peito
Em gestos de orações...
Doce menina de olhos transparentes,
Quando passa na rua
De boneca nos braços,
De trancitas morenas
De pezitos descalços,
A Primavera dança na calçada
E Deus,
Vendo-a passar,
Há-de sorrir nos Céus...
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Doce menina dos olhos transparentes
De farrapos vestida,
Muitos caminhos terás de percorrer
Ao encontro da Vida!
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Se a menina morrer,
A menina dos olhos transparentes,
Como rendas do berço
Hei de oferecer-lhe um ramito de rosas
Crescidas no jardim
Perto do Paraíso
Das almas encantadas...
Há de levar com ela
Um cortejo de fadas de cristal
Com estrelinhas de oiro
(Estrelas que os homens fizeram)
Nos cabelos pendentes...
Doce menina dos olhos transparentes!
In, «Maria Mãe», 1973
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