À Celeste Germano
Voltei costas ao Sonho
E fui de olhos marejados
Ao encontro da Dor...
Agora
Sabe-me a vida à Primavera em flor
E os meus braços mortos
Tornam-se asas...
Pergunto ao Céu
Onde lance meus voos de Infinito
Pelo caminho que pedi às estrelas...
E os meus braços
Braços partidos de destroçarem grades
Curvam-se todos
Como hastezinhas de lilases murchas...
Curvam-se todos esses braços quebrados,
E neles o meu rosto
É anjo penitente
A poemar os repousos negados
A esquecer estradas percorridas
A desvendar os gestos de renúncias
Que ainda não foram esboçados!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
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