Nasci na terra do vento,
minha mãe era a nortada,
o meu pai um catavento,
meus irmãos, a passarada…
Foi meu lar o vendaval,
feito de noite e saudade,
o meu berço o temporal,
minha sina a liberdade…
Minha riqueza a traineira,
navegando sobre o mar,
sobre a onda traiçoeira,
com medo de naufragar.
Dormi na areia da praia,
a escutar a sereia.
Pus a secar a minha saia
no estendal da Ribeira.
Cresci perdida no tempo,
entre o sol e o luar.
Eu nunca quis casamento,
mas sempre soube noivar.
Nas asas de uma gaivota,
andei suspensa no ar.
A vender peixe na lota
aprendi a apregoar…
A falar tudo me entende,
a contar não tenho idade…
O meu nome é Esposende
da Saúde e Soledade.
Maria Helena Amaro
Inédito, agosto, 2009
Inédito, agosto, 2009
Lindo, tens poesia enternecedora, talvez p'la singeleza, mas que é bela é...parabéns.
ResponderEliminarnatalia nuno
Agradeço as suas palavras de apreço, Natalia. Boas leituras. Um abraço.
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