Perguntei à montanha
que fizeram dos meus,desses antepassados
que nunca conheci.
E a montanha se abriu
e apontando os Céus,
serena respondeu:
- serenos e felizes
já repousam ali…
Perguntei à montanha
que caminhos percorro,entre o sol e o vento,
que se estendem velozes.
E a montanha calou,
vestida de cinzento,
cintilante de luz,
na noite se estendeu
em gemidos atrozes.
Perguntei à montanha,
na luz do amanhecer,pelos rios que cantam
entre fragas partidas.
E a montanha sorriu,
estendeu os seus braços,
chamou os castanheiros,
dançou nos olivais
e não fez despedidas.
Por isso é que eu a miro,
aqui do meu terraço,aqui lhe canto loas
e mando o meu abraço.
Que a montanha foi
o riso dos meus pais,
que a viram de neve,
tão perdida de amores,
em voo lento e leve,
a chamar os açores.
Maria Helena Amaro
Inéditos
Lousã, outubro - 2007
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