A Aldeia de meus pais fica na Beira,
terra fria de gente boa e sã,
tão pertinho da Serra da Lousã,
apaixonada pelo Rio Ceira.
Vem-lhe da serra o cheiro maneirinho,
a castanha, a mel e a mimosa;
Tem a graça, a frescura de uma rosa,
a florir por entre o rosmaninho.
Terra dos meus avós, memória doce,
dos olivais cinzentos, sem idade.
Vem da nascente da Senhora da Piedade,
tem nome de água, chama-se Foz de Arouce.
Arouce e Ceira buscam o Mondego,
deslizam por encostas em sossego
e, na descida, fazem um só laço.
Está Coimbra a sorrir à sua espera,
noiva vestida de rendas, de quimera,
a estender-se num amoroso abraço.
Inédito, Maria Helena Amaro
Abril 2011
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