Ergo as mãos
Num gesto de abandono
Quando os sinos tangem docemente
Sobre a terra cansada
Ruas desertas...
Ruas estreitas como caminhos negros
Tortuosas, lamacentas, torcidas
Como risos de pó...
Ergo as mãos
Num gesto de abandono
Ao Senhor do Silêncio
Porque me sinto só...
... E só hei de viver a vida toda
Nestas ruas lamacentas, torcidas
Estreitas, sinuosas
Como rios de pó...
E hei de viver só!!!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
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