Os olhos das crianças
Aqueles olhos puros, transparentes
Lagos imensos onde à noite se banham
As estrelas cadentes…
Os olhos das crianças!
Aqueles olhos celestes, divinais,
Pequenos céus, onde dançam as cores
De auroras boreais…
Aqueles astros, que de astros têm luz
E nos desvendam os mistérios profundos
Dos olhos de Jesus…
Os olhos das crianças!
Aqueles olhos nimbados de inocência,
Onde os adultos encontram a imagem
Da própria consciência…
Os olhos das crianças!
Aqueles olhos, certezas que tu vês,
A procurar dos mistérios da Vida
Impossíveis «porquês»…
Os olhos das crianças!
Aqueles mundos de sonhos variados,
Sem grades, sem portas, sem torpezas,
Sem sombras de pecados…
Os olhos das crianças!
Aqueles olhos que dizem «sim» ou «não»,
Que sorriem, que choram, que nos falam
Ao próprio coração…
Os olhos das crianças!
Belas perguntas, que nunca compreendes,
Pobres respostas, que escutas com gosto,
Mas que jamais entendes…
Os olhos das crianças!
Aqueles olhos que te fitam de frente
Indecisos, curiosos, parados
No teu mundo diferente…
Os olhos das crianças!
Aqueles olhos, onde se esconde o riso,
Fazem lembrar-te em suprema certeza
Que existe o Paraíso…
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Olhos das crianças…
Os olhos das crianças…
Os meus mundos de Sonho!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
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