Quem me dera ter asas como tu
E ir contigo rasgar o Infinito
Dos horizontes brancos
Onde o mar acaba e o Céu começa
Onde o Sol se vai reclinar…
Numa rubra promessa…
Rasgar o Azul num voo de Alegria
E matar em mim a sede de Distância…
Asas ao Sol,
A alma ajoelhada,
E ver-me refletida
Na poalha azulada
De imaculadas nostalgias
Onde o Sonho nasce e nunca morre!...
Quem me dera ter asas como tu
E perder-me à distância,
Muito além,
Onde ainda não chegaram
As vozes da Noite
E o choro inocente das crianças…
Quem me dera ter asas como tu
E contigo voar!
Havia de lançar-me ao Infinito
E procurar perder-me
Para que Deus,
Além no azul dos Céus,
Ouvindo o meu apelo de Ventura
Me pudesse encontrar!
Quem me dera ter asas e… voar!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
Sem comentários:
Enviar um comentário