Deixai-me ser criança toda a vida
Já que a vida é tão curta
E o sol não vem todos os dias…
Olhai os olhos das meninas crescidas!
Não vos parecem
Que de tristes
Não sabem já cantar as alegrias?
Deixai-me ser criança toda a vida
Uma menina anjo
Mesmo que tenha de pisar descalça
As pedrinhas da rua…
São tão felizes essas meninas anjos
Que passam de manhã
A caminho da aula
A escrever na bruma
Suspensa dos espaços
Recados para a Lua!
Não lhes tolhais os passos…
São meninas felizes
Já que o Céu mandou de madrugada
Mirar nos olhos delas
O fogo intenso dum bilião d’estrelas…
E eu
Menina grande crescida entre meninas
Recebo-as com o Sol
Pendente dos meus braços!...
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
Sem comentários:
Enviar um comentário