(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Cai a bruma de cinza sobre mim,
etérea, volátil e envolvente,
cobre a rua, a casa e o jardim,
dá à cidade um aspeto indolente.
Enche de vultos sombrios toda a Braga.
Tudo cobre, tudo ofusca, tudo abraça.
Para alguns a bruma é uma praga.
Mas para mim, até lhe acho graça.
Para mim a bruma é nevoeiro.
Lembra-me tanto o Santo Cavaleiro
que se perdeu em Alcácer Quibir...
Lembra-me tanto a praia de Esposende...
A bruma espessa que me cobre, me prende.
Mas, da qual nunca, nunca eu quero fugir.
Maria Helena Amaro
Novembro, 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário