(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Não sei se fiz tudo que devia,
quando ficaste doente combalido,
a tua vida transformada em gemido,
e eu, sozinha, atenta, de vigia.
Não sei se soube ser a enfermeira
carinhosa, dedicada, paciente.
Dia e noite, na dor, sempre presente.
Junto de ti, à tua cabeceira.
Eras o elo que me ligava à vida,
eu não queria a morte; a despedida,
era amarga certeza verdadeira.
Chamava a Deus: Não mo leves daqui.
Se Deus me respondia, eu não ouvi.
Veio buscar-te, sem mim, à tua beira.
Maria Helena Amaro
7 de junho de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário