(Quadro a óleo de Maria Helena Amaro)
«Parabéns, criança!» me chamavas
e eu ouvia serena deslumbrada.
Crescera ao teu lado, em caminhada,
e tinha fé que me querias, que me amavas.
Fazer anos era fora de questão
que a nossa vida parecia não ter fim,
desde que estivesses sempre ao pé de mim
e a morte fosse só uma ilusão.
Sorrias e dizias: «Quem me dera
que a vida fosse toda primavera
e não houvesse tristeza ou sofrimento!»
Os teus olhos brilhavam como estrelas,
nas tuas faces morenas e tão belas,
contra a morte, contra a dor, contra o tormento.
Maria Helena Amaro
Julho, 2010
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