(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Avô Amaro
(1877-1955)
Sentava-se o avô no cantinho da sala,
a sós, silencioso, a meditar,
as mãos esguias pousadas na bengala,
o rosto sério e perdido o olhar…
Que pensava o avô, que sonhava afinal,
naqueles fins de tarde de soturno novembro?
Eu ia ter com ele e lia-lhe o jornal,
e ele me escutava feliz, de riso terno…
De quando em vez uma gota ligeira
Deslizava serena no seu gosto sardento:
«Que saudades que tenho da minha companheira!
Que saudades sem fim, eu tenho de outro tempo!»
Eu ouvia o avô e o avô sorria
sentado calmamente no cantinho da sala,
escutava o que eu lia e tudo comentava.
O avô foi embora numa tarde tão fria;
Deixou a recordá-lo a velhinha bengala
a cadeira vazia onde ele se sentava.
(1877-1955)
Sentava-se o avô no cantinho da sala,
a sós, silencioso, a meditar,
as mãos esguias pousadas na bengala,
o rosto sério e perdido o olhar…
Que pensava o avô, que sonhava afinal,
naqueles fins de tarde de soturno novembro?
Eu ia ter com ele e lia-lhe o jornal,
e ele me escutava feliz, de riso terno…
De quando em vez uma gota ligeira
Deslizava serena no seu gosto sardento:
«Que saudades que tenho da minha companheira!
Que saudades sem fim, eu tenho de outro tempo!»
Eu ouvia o avô e o avô sorria
sentado calmamente no cantinho da sala,
escutava o que eu lia e tudo comentava.
O avô foi embora numa tarde tão fria;
Deixou a recordá-lo a velhinha bengala
a cadeira vazia onde ele se sentava.
Maria Helena Amaro
Dia dos Avós outubro, 2008
Publicado no jornal “Diário do Minho” em julho de 2009
Publicado no jornal “Diário do Minho” em julho de 2009
Nota: O Dia dos Avós festeja-se no dia 26 de julho
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