(Fotografia de António Sequeira)
Pai,
Quando chegas cansado,
é difícil dizer
uma frase bonita
que te faça sorrir…
Fico muito calado
mas, é só a fingir,
porque acho que a vida é quase tudo
e eu gosto de viver
a rir, à gargalhada.
Quando eras assim,
criança como eu,
então o que fazias?
Gritavas? Cantavas?
Gostavas de estudar?
Também corrias?
Perdoa pai
as minhas traquinices!
Logo, à noitinha
quando chegares a casa,
mesmo que venhas morto de cansaço,
eu vou gritar
com todo o meu amor:
- Ó meu grande papá,
dá-me cá um abraço!
Maria Helena Amaro
Inédito, março, 1996
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