(Fotografia de António Sequeira)
O vento, o vento soprava.
Mas que forte ventania...
Batia a porta, batia
e eu a porta agarrava...
Toda eu estremecia...
O vento, o vento soprava
quer de noite quer de dia...
e se a porta se abria
era o luar que entrava
todo o meu corpo tremia...
O vento, o vento soprava
e as flores do terraço,
abanavam, num abraço...
No chão o vento dançava
e eu apressava o passo
Na memória me ficou
aquela porta batendo
dia a dia a toda a hora...
O corpo me estremecendo
foi vendaval que passou
e não me levou embora...
Maria Helena Amaro
Inédito, outubro, 2004
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