(Fotografia de António Sequeira)
Ó noite, não cubras os meus olhos
Dá-me a luz, a luz... Dá-me o luar!
Da escura vim eu... irei voltar?
No meu regresso só levarei abrolhos...
De rasgar meus véus estou cansada
de procurar na noite me perdi
Vai-te embora, noite, vai daqui
Dá-me o luar, a lua prateada...
Que importa o sol surgir no amanhã
Que importa a aurora ser coisa tão vã
Que importa a dor que a riqueza espezinha?
Deixa-me ver a minha alma ao luar
Porque somente na lua hei-de reinar
Eu que já de noite fui rainha...
Maria Helena Amaro
1958
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