(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Um punhado de areia na minha mão,
um nada de espuma, de lama, nada mais,
um grito de mulher ecoante no cais,
uma gaivota cinza a saltitar no chão.
Um barco a baloiçar no mar em turbilhão
O rio a esvair-se em suspiro e ais
que o vento chama a chuva, a dor, os vendavais,
que o vento é tempestade raios, furacão.
Cenário como este, eu não verei jamais,
o mar tornado louco, em ondas colossais,
destrói o casario, a duna, o paredão.
O barco se desfaz em danças infernais
Os voos das gaivotas são gritos de chacais
O mar é uma bomba, a terra é um balão.
Maria Helena Amaro
Julho, 2014.
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