(Fotografia de António Sequeira)
O meu projeto de vida está no fim
de quimeras, sonhos e afetos.
Não sei se poderei viver assim
confinada aos carinhos de meus netos.
Outros sonhos, sonhei, outras paragens,
mundo fora em busca de ventura,
fiz em sonhos de luz grandes viagens
em busca dum punhado de ternura.
Muitas vezes a meio da jornada
abandonei a rota em desespero
e me detive na curva da estrada
Dei tudo a todos e nada recebi
Por caminhos de mágoa me perdi
Vivi assim, a vida, amargurada.
Dei tudo a todos e não recebi nada
Nada tenho da vida, nada quero,
Sou irmã da saudade, abandonada.
Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro, 2005
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