(Fotografia de António Sequeira)
És uma estátua de pedra
uniforme, estática, parada...
Monumento sem nome
erguida ao meu desgosto...
Desafias os meus gestos
a ao atirar-te pedras
elas vêm devolvidas
a bater no meu rosto...
És uma estátua de pedra
sem luz, sem fé, sem sentimento
e ao atirar-te pedras
elas vêm todas devolvidas
ao meu ressentimento...
Nunca te partirás...
Nunca serás calhaus, godo, areia...
Ficarás
ficarás para sempre
na esquina da rua
Onde me acolho
estática, uniforme, parada
sem nome e sem razão
a vida inteira...
És uma estátua de pedra...
- que sei eu?
montanha
fortaleza
pardieiro
mausoléu.
Maria Helena Amaro
Inédito, julho, 2003
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