(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Violetas, belas, perfumadas
trazei-me sombras, trazei-me inspiração
sois felizes assim abandonadas
vivendo tristes na vossa solidão?
Quais donzelas fechadas num convento
nascidas do pó, na sombra mortas
trazeis-me só tristeza ao pensamento
em pétalas roxas, belas, soltas!
Procurais a sombra, deixais a ilusão
escondeis a beleza feita de doçura
do sonho é feita a vossa solidão
e a vossa cor é feita de amargura
As vossas faces são milagres d'amor
flores poetas encantadas na luz
sois testemunhas de angústias de dor
tendes a cor das chagas de Jesus!
Maria Helena Amaro
Esposende 13/06/1952
Feito a roupa roxa triste e sem milagres/feito o azeite e o vinagre/feito a água e o vinho/vivendo de amor e de pétalas de sonhos/pensamento de doçura e flores abandonadas/poetas assim cheios de tristeza e de solidão.
ResponderEliminarMilagres de amor e florificação de poetas/triste vida assim abandonada/casa-assombrada/pétalas roxas coroando a tristeza do pensamento/feita de sonhos a doçura da solidão.
Beleza morta de felicidadencantada/beleza morta de felicidadencontrada/luz inspiradora clareia a sombra do esconderijo íntimo/testemunhas do perfume e do pó da ilusão/angústias sombrias nascidas do bizarro.
Encantadas com a luz as testemunhas das angústias/felicidade inspiradora perfuma o sombrio/sombra morta nascida do pó/beleza escondida deixada pela ilusão.
A dor traz ao convento a sua face sombria/tendes a embelezar a casa fechada que procuras/frase solta de donzela do vestido de cor-violeta/amarga e bela solidão em chagas violentas/a dor tende a desbotar a cor/a dor tende a trazer praga e horror/traz o que embeleza a violência:violetas/no fechamento do convento,donzela solidão/a procura sombria pela beleza solta/procura na face amiga uma frase amarga.