(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Não venham hoje bater à minha porta.
Hoje não estou... Não recebo ninguém.
Quero sentir-me velha, rude, morta,
encurralada na dor que me retém.
Não venham hoje encher a minha sala
de risos, de barulho, de questões...
Quero o silêncio que me canta e embala.
Não quero fitas, nem arcos, nem balões...
Deixem-me só na minha solidão.
Tenho paz, tenho luz na minha mão
e a caneta já fala de alegria...
É mais um pouco... À dor vou dizer não.
O papel é amigo e é irmão.
Quero estar só... Para ouvir a Poesia!
Maria Helena Amaro
8 de março de 2015.
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