Esposende foi um berço de embalar.
O vento frio a minha cantadeira.
Vinha-me do S. Lourenço o seu luar.
O cheiro a iodo da praia sargaceira.
Alimentei-me de sol, de luz, de mar,
com gritos roucos que vinham da ribeira.
Via as gaivotas, no rio a planar.
Ficava a sós, a rir, a tarde inteira.
Tinha vestidos com rosas de toucar...
Era de contas azuis o meu colar...
Sonhava navegar numa traineira...
Corria alegre descalça, a saltitar
nas pocinhas que a maré vinha beijar.
A onda louca era a minha companheira.
Maria Helena Amaro
Maio, 2015
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