(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Anda o luar a bater-me na vidraça...
Anda à procura duma estrela perdida.
Na noite fria procuro uma guarida.
Mas não me abrigo ao luar que me abraça...
Quero ser livre como o pregão da praça,
que a peixeira solta desabrida...
De asas quero vestir-me de seguida,
e esvoaçar no vento que me enlaça.
É isto a minha sina, a minha raça,
senhora de ventura ou de desgraça,
nem luar, nem maré interrompida...
Amo o luar... Até que lhe acho graça,
mas o vento que ruge e por mim passa
dá um sentido de força à minha vida!
Maria Helena Amaro
Esposende, 2015.
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