(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Vai deitar fora toda essa ira,
que tem crescido em cada dia, mês e ano...
Lança-a nas vagas do irado oceano.
Deixa-me tanger em paz a minha lira.
O teu aspecto calmo é uma mentira,
é embuste, desaire e desengano.
Que a tua ira causa sempre dano,
tudo derruba, embrutece, vira...
Palavras rudes a tua boca atira.
São como raios certos numa mira.
Sem errar, sem parar, sem um engano...
Deixa-me tanger em paz a minha lira.
A minha alma só a paz admira...
A tua ira é um ato desumano...
Maria Helena Amaro
29/04/2015
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