(Fotografia de António Sequeira)
Quis ser escultora de poemas.
Achei dura a natureza da palavra.
A caneta todo o papel rasgava.
Ficava da palavra a dor apenas.
Quis rimar muitas rimas serenas,
mas a palavra sempre se calava.
Na folha de papel tudo sobrava,
porque as ideias eram tão pequenas.
Esculpi mágoas na palavra dura,
com o cinzel fiz rimas de ventura,
mas, o papel não muitas rejeitou.
Ninguém as leu. Ninguém as quis cantar.
Que as palavras são como o luar,
apenas brilham porque alguém as declamou.
Maria Helena Amaro
Maio, 2013
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