(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Morria a minha filha, antes de ter nascido...
Eu perguntava a Deus: «O que fizeste dela?»
Morria a minha filha! Fechava-se a janela.
De tanta esperança bela que eu tinha vivido.
Fechou-se no meu ventre, sem a ter conhecido...
Sem a ter embalado numa canção singela...
Momento de dilúvio, tempestade, procela...
Agonia de morte sem gritos, sem gemido.
Verónica Maria era o nome escolhido
em silêncio de paz e amor tão sentido,
que esse nosso amor, era amor sem querela.
Em troca desse amor, que dei ao meu marido?
Agonia, tristeza, tanto sonho perdido.
Eu perguntava a Deus: «O que fizeste dela?»
Maria Helena Amaro
Braga, 1/11/2013
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