(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Um véu cinzento desce sobre mim,
tão cinzento que a alma me consome...
Ando à procura de lhe dar nome...
Não é anjo, nem arcanjo, nem querubim.
Enche-me a alma de agonia, de incerteza,
cobre-me toda de angústia, tão forte...
Destino mau? Desencanto? Má sorte?
Estrada longa de inércia, de tristeza...
Abro os olhos... Fecho os olhos... É cinzento,
o que vejo, o que sinto, neste tempo,
nesta alvorada, sem luz, descolorida...
Onde vou eu embrulhada neste véu?
Nada sou, nada tenho, nada é meu...
Quem sou eu? Quem sou? Folha perdida!
Maria Helena Amaro
Outubro, 2013
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