(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Há uma traineira ancorada no cais,
vazia de sonhos, repleta de mágoas;
Anda a boiar na lentidão das águas,
sabe que ao mar não voltará jamais.
Há um pescador sentado na calçada,
esfrega as mãos, de afunilados dedos,
rosto tostado e neve nos cabelos,
camisa rota, velha, desbotada.
Tanta onda, tanta fome, tantos medos
tantos barcos batidos nos rochedos
tanta barca na praia naufragada!
Vida sofrida de suspiros e ais,
ao mar azul não voltará jamais.
Fica sentado a ver... Vida parada!
Maria Helena Amaro
Esposende, Agosto, 2014
Inédito
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