(Fotografia de António Sequeira)
Anda ver as azáleas do jardim,
tão vistosas, tão frescas, floridas,
como era o alvorecer dos nossos dias,
quando o Amor para nós era um festim.
Anda ver o Sol a bater na nossa casa,
fazer dos vidros a arca do tesoiro,
em que as janelas são guaritas de oiro
e a varanda tem jeito de uma asa...
Vem, meu amor, tocar à campainha,
que a Primavera toda se avizinha,
e é loucura ouvir a passarada...
Sinto-me só... Sinto-me tão sozinha,
que esta vida nem me parece a minha,
sou como a pedra rolando na estrada...
Maria Helena Amaro
Inédito, março de 2010.
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