(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Chamo por ti na tarde pardacenta
Onde estás? Onde paras? Aonde?
Mas apenas o eco me responde
em ressonância demorada e lenta.
A chuva cai na rua lamacenta
o sol se foi e na noite se esconde...
Onde te foste? Onde estás? Aonde?
Grito dorido como ave agoirenta.
Partiste um dia e não disseste adeus
fiquei retida nesses conselhos teus
que me prendiam à vida com justeza.
Mas agora, meu pai, desgostos meus,
traições, desesperos, camafeus,
fizeram de mim esta tristeza.
Maria Helena Amaro
Inédito, dezembro 2009
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