(Fotografia de António Sequeira)
Alma cigana... Minha alma é cigana,
acorrentada sem lei e sem direito,
algemada na cela do meu peito,
suspira, grita, pragueja, reclama.
Ninguém quer, ninguém anseia, ninguém ama,
vai pela vida em marcha retardada,
livre e suspensa como água da levada,
em busca do sol que lhe dá chama.
Quem a vir passar não a detenha,
deixe correr quem a brisa desdenha,
deixem-na rude na sua caminhada.
Alma cigana não tem regra, nem senha,
leva na alma um braseiro de lenha,
incandescente como a luz da madrugada.
Maria Helena Amaro
Maio, 2014
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