(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Ele passou... passou e não me viu
Mais um que passou e não foi meu
Quimera morta, num sonho todo ateu
E que, por Deus, ele não descobriu...
Ele passou... levava no olhar
a chama ardente que a vida acalenta
Ele passou e minha alma sedenta
ficou na bruma, suspensa, a esperar...
Ele passou... Quisera eu pedir
que ficasse, que falasse para mim
que me desse a esmola dum carinho
Ele passou... Não me viu a sorrir
Não viu minha alma a suportar o fim
duma esperança, que perdeu no caminho...
Maria Helena Amaro
Braga, 23/07/1955
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