(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Mesmo depois de morta
tão linda a minha Mãe!
Com os seus olhos cerrados
com seus brancos cabelos
volta a ser a mãe dos meus agrados
volta a ser a mãe dos meus anelos.
Vestiram-na de negro
«era branco que eu queria»
pois minha mãe nasceu na primavera
morreu no verão
e se a morte vai ser aleluia
o branco é a cor do Sol e da Alegria.
Mudou de casa
Agora é no Além
a sua moradia...
Não sei rezar...
Não sei chorar...
Só sei olhar
Só sei dizer:
Olhai e vede,
não há mal, não há bem
mesmo depois de morta
tão linda a minha Mãe!
Minha Mãe não morreu
só foi lá fora ver
se tudo estava bem...
Quando eu morrer
vou encontrar no céu
a minha Mãe...
Agora, tudo bem
nem sequer de mim precisa
para nada...
Disse adeus; foi embora
e no além
é mais leve a jornada...
Que faço agora, então
se lhe dei tanto Amor,
fico a olhá-la
a murmurar baixinho:
Olhai e vede bem
mesmo depois de morta
tão linda a minha Mãe!
Maria Helena Amaro
Esposende, 12/07/1990
(Dedicado à sua mãe Maria da Piedade)
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