Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

sábado, 23 de novembro de 2013

Velório (A minha Mãe)





















(Ilustração de Maria Helena Amaro)


Mesmo depois de morta
tão linda a minha Mãe!
Com os seus olhos cerrados
com seus brancos cabelos
volta a ser a mãe dos meus agrados
volta a ser a mãe dos meus anelos.
Vestiram-na de negro
«era branco que eu queria»
pois minha mãe nasceu na primavera
morreu no verão
e se a morte vai ser aleluia
o branco é a cor do Sol e da Alegria.

Mudou de casa

Agora é no Além
a sua moradia...
Não sei rezar...
Não sei chorar...
Só sei olhar
Só sei dizer:
Olhai e vede,
não há mal, não há bem
mesmo depois de morta
tão linda a minha Mãe!

Minha Mãe não morreu

só foi lá fora ver
se tudo estava bem...
Quando eu morrer
vou encontrar no céu
a minha Mãe...

Agora, tudo bem

nem sequer de mim precisa
para nada...
Disse adeus; foi embora
e no além
é mais leve a jornada...

Que faço agora, então

se lhe dei tanto Amor,
fico a olhá-la
a murmurar baixinho:
Olhai e vede bem
mesmo depois de morta
tão linda a minha Mãe!


Maria Helena Amaro
Esposende, 12/07/1990
(Dedicado à sua mãe Maria da Piedade)

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